O Município sertanejo de Santa Quitéria (CE) sofre com índices socioeconômicos abaixo da média do Estado. A economia é dependente dos empregos no setor público e das transferências de recursos federais. Mas, Santa Quitéria tem chance de crescer por meio de mineração, pois sob o solo do Município, está localizada a maior jazida de fosfato e urânio do Brasil.
Ainda desconhecida por muitos, ela foi descoberta em 1976, e a previsão é de que comece a ser explorada em 2015. O projeto de construção da usina de Itataia, como é conhecida, vai significar um investimento de US$ 350 milhões.
O empreendimento deve gerar mais de três mil empregos diretos na região e o impacto positivo não será medido apenas na geração de empregos. O Brasil é um grande comprador de fertilizantes como fósforo, nitrogênio e potássio e importa 50% de todo o fosfato que utiliza, 60% do nitrogênio e 90% do potássio. Com a meta de produzir 240 mil toneladas/ano do fertilizante fosfatado, a usina de Itataia representará a redução em cerca de 10% da dependência do país em relação ao produto.
O ácido fosfórico custa US$ 1 mil por tonelada, em média, o que estima uma produção de US$ 240 milhões apenas no projeto. Classificado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como estruturante, o projeto da usina de Itataia é estratégico para o país. Antes de produzir o fertilizante, é necessário descontaminar o ácido fosfórico. O trabalho resulta em um subproduto radioativo, o urânio. A estimativa é de que sejam produzidas 1,5 mil toneladas de urânio por ano, elemento usado na geração de energia nuclear.
A exploração de urânio é de monopólio da União. Hoje, a demanda mundial do produto é de 60 a 70 milhões de toneladas por ano. Os maiores consumidores de urânio são os EUA, nas mais de 100 centrais nucleares, e a França, onde 70% da energia é gerada através desse modelo. Os maiores produtores são Canadá, Cazaquistão e Austrália.
Enquanto a usina de fosfato e urânio em Itataia não entra em operação, o Ceará tem verificado nos últimos anos uma expansão no setor mineral, de olho em outros grandes potenciais com o Município de Ocara, a 100 km de Fortaleza.
O Estado é o segundo maior produtor de rochas ornamentais do Nordeste. Rochas britadas e cascalho, água mineral, calcários e rochas ornamentais lideram a produção no estado, segundo o Anuário Mineral Brasileiro do DNPM (2010). O valor total da produção mineral cearense, conforme a publicação é de R$ 317,34 milhões.

Fonte: CNM