“Os elementos terras raras são de extrema importância, pois eles são a portabilidade para o futuro, em face da sua aplicabilidade em diversas tecnologias de ponta, com aplicações muito expressivas na indústria metalúrgica, de telas planas, de supercondutores, super-imãs, fibras óticas, energia nuclear, computadores, iPads, dentre outros”, afirmou o secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia, Claudio Scliar, em audiência pública, realizada na quarta-feira (25/04), na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) do Senado Federal.
Segundo o secretário, os minerais terras raras têm uma importância estratégica para o País, enfatizando que “o Brasil dispõe de reservas conhecidas de terras raras, distribuídas em grande parte do território nacional e que o País possui um cenário geológico muito promissor para descoberta de novos jazimentos. Entretanto, o problema que temos a enfrentar é voltado principalmente ao emprego de tecnologias para o processamento e a transformação desse bem mineral”.


O assunto também foi abordado no Plano Nacional de Mineração 2030, lançado em fevereiro de 2011. De acordo com Scliar, os principais desafios identificados no Plano são: dar continuidade aos mapeamentos geológicos e ampliar a agregação de valor aos minérios extraídos.


Scliar explicou ainda que em 2010 foi criado um grupo de trabalho entre o MME e o Ministério de Ciência, Tecnologia e Informação com a finalidade de elaborar propostas de integração, coordenação e aprimoramento das políticas, diretrizes e ações voltadas para minerais estratégicos, que incluem terras raras.

Na audiência, o empresário João Carlos Cavalcanti informou que atualmente, a China responde por 97% da produção de minérios de terras raras. O empresário afirmou ainda ter encontrado, na Bahia, ambiente geológico similar ao de uma grande mina de terras raras localizada na China. Cavalcanti recomendou ao governo o fortalecimento da pesquisa mineral, especialmente no que se refere às terras raras. 

Informou ainda Cavalcante no site Geográfica Brasil (http://www.geofisicabrasil.com/noticias/204-clipping/3443-geologo-baiano-descobre-reserva-de-terras-raras-de-us-84-bi.html) que a reserva encontrada na Bahia  estimada em 28 milhões de toneladas de neodímio – um dos 17 elementos que compõe o grupo de minerais chamado terras raras, usados em equipamentos de alta tecnologia, como carros elétricos, smartphones e tablets. “É a primeira descoberta de neodímio no Brasil similar ao maior depósito do mundo, que é Baotu, na China. Encontramos teores de concentração semelhantes ao neodímio chinês, com 12,75%. O da China está com 12%, 14% de concentração”, diz o geólogo.

As terras raras têm se valorizado no mercado internacional após a China estabelecer cotas para exportação do insumo estratégico para a indústria de alta tecnologia, em represália ao embargo de navios de carga pelo Japão em 2009. “O preço do neodímio hoje está US$ 300 mil a tonelada”, observa. Caso as 28 milhões de toneladas sejam extraídas e vendidas no valor citado por Cavalcanti, a reserva poderia render US$ 8,4 bilhões.
O próximo passo será fazer o levantamento detalhado do tamanho da reserva diluída em rochas compostas por fluoretos de cálcio na cidade de Serra do Ramalho, oeste da Bahia. “Fizemos estudos geológicos preliminares, já identificamos a mãe do minério e estamos trabalhando para identificar o valor final [tamanho do depósito]”, indica.


O diretor do Centro de Tecnologia Mineral do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, Fernando Lins, afirmou que o Brasil tem potencial para “voltar a ser um ator importante” na pesquisa e produção de terras raras. Francisco Silveira, chefe do Departamento de Recursos Minerais da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais e Serviço Geológico do Brasil (CPRM), ressaltou a necessidade de formação de novos técnicos para essa área. O representante das Indústrias Nucleares do Brasil – INB, Alair Veras, discorreu sobre o emprego de terras raras nos programas de energia nuclear brasileiro.


A Comissão foi presidida pelo senador Eduardo Braga (PMDB-AM) e contou com a participação dos senadores Gim Argello (PTB-DF), Aníbal Diniz (PT-AC) e Valdir Raupp (PMDB/RO).

Fontes: Ministerio de Minas e Energia  http://www.mme.gov.br/mme/noticias/lista_destaque/destaque_706.htmle Geofisica Brasil http://www.geofisicabrasil.com/noticias/204-clipping/3443-geologo-baiano-descobre-reserva-de-terras-raras-de-us-84-bi.html