No Brasil, o desmatamento não é mais a principal causa de emissão de gases de efeito estufa. A principal fonte passou a ser a queima de combustível fóssil, passando a ter o mesmo padrão de países desenvolvidos. A constatação é do pesquisador do Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) José Marengo, representante latino-americano da entidade.
Ele apresentou um resumo do relatório do Grupo de Trabalho 1 do IPCC, lançado no fim de setembro na Suécia, com as análises dos aspectos físicos e científicos dos sistemas e das mudanças climáticas.
Segundo o pesquisador peruano, indicado pelo Brasil para o programa de monitoramento do clima, o inventário de emissão de gases de efeito estufa de 2010 mostra que houve a inversão do tipo de poluição predominante no Brasil em comparação ao relatório anterior, de 2004. “Desde 2008, talvez um pouquinho antes, a taxa de desmatamento na Amazônia diminuiu bastante, mas a frota de veículos aumentou”, disse. “O que basicamente coloca o Brasil como país poluidor tipo primeiro mundo é mais a queima de combustíveis fósseis, e aqui no Brasil são basicamente termelétricas, de qualquer tecnologia, e também a frota veicular”, alertou.
Ele destacou os avanços obtidos pelo País em relação à diminuição do desmatamento, mas ressaltou que a situação ainda preocupa. “Sempre criticamos os países desenvolvidos por isso [queima de combustível fóssil]”. Para ele, a solução está em investir no transporte coletivo. “A única forma é favorecer o transporte público, decente, para que as pessoas deixem o carro em casa”.
Agência CNM, com informações da Agência Brasil