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O Brasil está entre os dez países com mais vítimas do tráfico internacional de pessoas. São pessoas em vários locais do País e nas mais diversas atividades. A realidade atinge desde atletas mirins de escolinhas de futebol a modelo fotográfica, além da adoção de crianças por meio de redes sociais. A conclusão é da CPI do Tráfico de Pessoas da Câmara dos Deputados. O grupo trabalhou durante um ano e meio ouvindo depoimentos de vítimas e recebendo denúncias de ocorrência de tráfico de pessoas.

Nesse período, foram verificados tráfico de crianças no interior da Bahia; adoção irregular de menores no interior do Paraná e de Santa Catarina com ramificações nos Estados Unidos; tráfico de mulheres de Salvador para a Espanha; tráfico doméstico de mulheres para prostituição em bordéis; aliciamento e tráfico de travestis; aliciamento de modelos brasileiras para a Índia; tráfico de atletas mirins em escolas de futebol; recrutamento de bolivianos para empresas de confecções e venda de bebês por até R$ 50 mil em redes sociais.

Propostas de alterações 
Com o objetivo de enfrentar o tráfico de pessoas, a comissão vai apresentar propostas de mudanças na legislação. Dentre elas, a de incluir o crime entre aqueles considerados hediondos. Para o grupo, é necessária uma legislação mais rígida, que tipifique de forma bem clara o tráfico de pessoas, que muitas vezes ocorre como um aparente gesto de boa ação.
No relatório final, que será apresentado em dezembro, a CPI vai recomendar ao Ministério Público Federal e ao Poder Judiciário o indiciamento de várias pessoas envolvidas na prática desse crime. A Comissão quer mudar o Estatuto da Criança e do Adolescente, o Código Penal, a Lei Pelé, a Lei do Tráfico de Pessoas, a lei que regulamenta a profissão de artista, a de crimes hediondos e a de remoção de órgãos.
Agência CNM, com informações de O Globo