
No Brasil, as moradias irregulares, como invasões e favelas, estão predominantemente situadas em áreas planas, representando 52,5% do total de domicílios nessa situação. A Região Norte é a que apresenta o maior número, principalmente nas áreas metropolitanas de Macapá (83,5%) e de Belém (99,6%). Os dados são da Pesquisa Censo 2010 – Informações Territoriais: Aglomerados Subnormais, divulgada nesta quarta-feira, dia 6, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Aglomerados subnormais, de acordo com a pesquisa, representa o conjunto de, no mínimo, 51 unidades habitacionais carentes de serviços públicos essenciais, em terreno de propriedade pública ou particular, em geral, de forma desordenada e/ou densa. A pesquisa identificou quase 210 mil moradias irregulares em terreno plano, 96,5 mil em colinas e cerca de 72,2 mil em encostas.
Nas regiões Sudeste e Nordeste – que juntas concentram quase 80% dos domicílios em invasões e favelas do país (49,8% e 28,7% respectivamente) – a maioria desses aglomerados fica em áreas de morros, com destaque para a região metropolitana de São Paulo, seguida das regiões metropolitanas de Salvador e do Rio de Janeiro.
A pesquisa também mostrou que 72,6% dos domicílios em aglomerados irregulares do país não têm nenhum espaçamento entre as construções. A maioria – 64,6% possui apenas um pavimento.
O coordenador de Geografia da Diretoria de Geociências do IBGE, Claudio Stenner, destacou que a pesquisa tem como principal resultado trazer detalhes da geografia dessas áreas para compreender como elas se diferenciam e seja possível, assim, orientar políticas públicas. “Uma área com acessibilidade por rua não precisa de interferência tão forte do Poder Público nesse sentido, já com becos e encosta, há a necessidade de intervenção seja por meio da construção de vias, teleféricos, por exemplo”, destacou.
Agência CNM, com informações da Agência Brasil