Entre a população mais vulnerável a desastres naturais, como excesso de chuvas e a seca, estão as crianças. E é em nível municipal que os prejuízos, humanos, ambientais e materiais, são sentidos. Para conscientizar esse público e atuar na prevenção e na mitigação dos danos, os órgãos de Defesa Civil locais e as escolas têm realizado ações educativas. Bons exemplos podem ser encontrados em diferentes regiões do país, das mais atingidas às mais preparadas para lidar com as tragédias e situações de calamidade pública.

É o caso de Brusque (SC), Torres (RS), Ponta Porã (MS), Volta Redonda (RJ), Santo André (SP) e Tabatinga (AM), que têm conseguido, com conteúdo, ações lúdicas e simulações, sensibilizar as crianças e, consequentemente, as famílias para os desastres. No Município catarinense, o projeto Educar para prevenir teve início em 2012, ficou um tempo parado, mas retornou neste ano, após parceria entre a Defesa Civil, a Secretaria de Educação, o Corpo de Bombeiros, a Secretaria de Trânsito e algumas empresas. Os coordenadores Ana Janaina de Souza e Edevilson Cugiki, da Defesa Civil, contam que são realizados quatro encontros de cerca de uma hora de duração com as turmas do 4ª ano. Cerca de 400 alunos, de 10 escolas municipais, devem participar da iniciativa.

“O primeiro abordou o papel da defesa civil, do bombeiro e da polícia. No segundo, foi a percepção de risco e fizemos um pluviômetro com material reciclado e uma tabela para acompanharem a quantidade de chuva na casa deles. No terceiro, falávamos sobre os eventos adversos que acontecem na cidade. E o quarto era simulação de evacuação da escola”, detalha Cugiki. Segundo os coordenadores, o projeto é regionalizado ao focar nos cinco desastres mais comuns da cidade – enxurradas, enchentes, vendaval, granizo e deslizamentos.

Material didático
Além dos vídeos e fotos, que mostram e orientam para as diversas situações de risco, em Ponta Porã (MS) e em Santo André (SP), cartilhas e até um gibi foram lançados pelos órgãos da Defesa Civil e da Secretaria de Educação. As crianças do 4º e 5º ano da cidade mato-grossense se formam no programa Agente Cidadão; enquanto, no Município do Estado de São Paulo, equipes da Defesa Civil promovem, nos meses que antecedem o verão, uma agenda de atividades educativas, cursos e formações sobre percepção de risco, prevenção de acidentes domésticos, mudanças climáticas, monitoramento meteorológico e primeiros socorros. Aos moradores mirins das áreas mais vulneráveis, eles entregam o gibi e um livro de colorir.

Tabatinga (AM) foi além e transformou, de forma pioneira, a Defesa Civil em disciplina, incluindo no currículo escolar das escolas municipais. A ideia é estender a iniciativa para o interior, incluindo as aldeias indígenas e comunidades ribeirinhas, e para as instituições de ensino estaduais e particulares, dado o potencial preventivo da ação. Torres (RS), ao enxergar essa possibilidade de educar a população desde pequena para os perigos e imprevistos, também lançou neste ano um projeto educacional, chamado Defesa Civil nas Escolas. Em um semestre, eles pretendiam atender cerca de 300 alunos.

Jogos 
E, em Volta Redonda, sete turmas do 5º ano de quatro escolas municipais participaram do projeto baseado na campanha da Organização das Nações Unidas (ONU) de Cidades Mais Resilientes – a qual a Confederação Nacional de Municípios (CNM) apoia com Outubro Urbano. Para mostrar aos estudantes como é uma cidade insegura, construída em área de riscos, os agentes levaram uma maquete com construções na beira de encostas, no topo de barrancos e na beira de rio. Outro brinquedo que despertou a atenção dos pequenos foi o jogo Riscolândia, que aponta soluções erradas e as decisões corretas para preservar a natureza e prevenir desastres. A brincadeira alerta para corte de árvores e moradias em beira de rios e encostas, além de orientar para locais de fuga em casos de acidentes naturais e onde se proteger.

Por: Amanda Maia
Foto: Prefeituras
Da Agência CNM de Notícias