Divulgado no Dia Nacional e Internacional do Idoso, Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil) aponta a importância da atenção básica, que é desenvolvida pelos governos locais. O mapeamento mostra que 75,3% dos idosos dependem exclusivamente dos serviços prestados no Sistema Único de Saúde (SUS), sendo que 83,1% realizaram pelo menos uma consulta médica nos últimos 12 meses. Deles, 10,2% deles foram hospitalizados uma ou mais vezes.

Pela primeira vez, um estudo traça o perfil da saúde do idoso, o uso dos serviços de saúde, as limitações funcionais, as causas de hospitalizações, entre outras condições sociais que vão permitir aprimorar as políticas públicas para esta população. A população idosa representa 14,3% dos brasileiros, e soma 29,3 milhões de pessoas. O público deve superar o número de crianças e adolescentes, de zero a quatorze anos, em 2030. Em sete décadas, a média de vida do brasileiro aumentou 30 anos saindo de 45,4 anos, em 1940, para 75,4 anos, em 2015.

Foi identificado que pessoas acima de 50 anos representam 36% das internações hospitalares na saúde pública e 48% dos custos delas. Cerca de 70% dos idosos possuem alguma doença crônica; 40% possuem uma doença crônica e 29,8% possuem duas ou mais como diabetes, hipertensão ou artrite. Pesquisas anteriores do Ministério da Saúde indicaram que 25,1% dos idosos tem diabetes, 18,7% são obesos, 57,1% tem hipertensão e 66,8% tem excesso de peso. Também são responsáveis por mais de 70% das mortes do país.

Outros números interessantes foram mostrados pelo mapeamento, como por exemplo: 85% da população idosa vivem em área urbanas; e 43% afirmaram ter medo de cair na rua. A pesquisa foi coordenada pela professora Maria Fernanda Lima-Costa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Minas Gerais. Na primeira etapa ocorreu entre 2015 e 2016, com a participação de 9.412 pessoas com 50 anos ou mais, em 70 Municípios nas cinco regiões do país.

No entendimento de que o envelhecimento da população tem impactos importantes na saúde, o estudo aponta a importância da organização da rede de atenção à saúde para a oferta de cuidados longitudinais. O ELSI-Brasil confirma o que a Confederação Nacional de Municípios (CNM) tem mostrado há anos, a fortalecimento da atenção básica é fundamental para melhorar a saúde da população. No caso dos idosos, a entidade tem mostrado que o planejamento e políticas públicas em nível local podem promover o envelhecimento saudável da população, em todo o país. Dentre as medidas que podem ser adotadas pelos governos locais, a CNM recomenda inciativas de promoção a atividade física, a boa alimentação e ao acompanhamento da saúde funcional.

O ELSI-Brasil faz parte de uma rede internacional de grandes estudos longitudinais sobre o envelhecimento e traz informações sobre como a população está envelhecendo e os principais determinantes sociais e de saúde. A ideia é que esse estudo traga subsídios para a construção e adequação de novas políticas públicas para fortalecer a saúde do idoso. Ele foi financiado pelo governo federal e desenvolvido em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Da Agência CNM de Notícias, com informações do Ministério das Saúde.